GT - Girls Talk - Onde ser lésbica não é pecado...
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Eis o meu problema meninas..

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Mensagem  Livia Seg Dez 15, 2008 1:53 pm

Então, indo ao ponto: eu não sou assumida. Nem pra minha familia e nem pra amigos e acredito que a maioria nem se quer desconfia de mim. Me sinto angustiada diariamente. Queria poder conversar com as pessoas normalmente, sem ter que esconder nada. Eu sempre achei que devia contar, "sair do armário", quando estivesse em um relacionamento, apaixonada. Ou quando fosse independente o suficiente a ponto de não precisar dar satisfações a ninguém. Mas quer saber? É algo que me sufoca! Algo que me atrapalha em familia, socialmente e emocionalmente. É dificil conhecer pessoas e me relacionar, ficando às escondidas. Ser independente? Mal terminei o colégio ano passado! Esse momento certo que eu espero, pelo visto, está longe de chegar e não sei se aguento viver assim, mentindo e escondendo quem eu sou. Mas ao mesmo tempo não me sinto preparada pra contar, não sei nem o que falar. Se é que tem como se sentir preparado, se é que há momento certo... Sim, estou confusa. Eu sou confusa. Minha mãe diz que posso contar com ela sempre, mas não sei se isso se aplica pro que tenho a dizer. Ok, de fato é algo que nenhum pai quer ouvir. Mas quando ela diz que sou uma boa filha, que ama o meu jeitinho, que sou especial, eu sinto um aperto no peito. Penso "se ela soubesse...". Não quero perder isso. Não quero que me odeiem por algo que não posso mudar. Quero que sintam orgulho de mim. Por mais que não seja do jeito que eles esperam.
Só quero seguir minha vida, sem que o fato de ser lésbica seja o foco principal dela. Eu não sou Livia, a lésbica. Eu não me resumo a isso, eu tenho uma imensidão de caracteristicas, qualidades e defeitos. Não que eu queira esconder, pelo contrário. Só quero parar de me preocupar tanto com algo que pra mim é natural. Quero parar de me preocupar com os outros. Eu nunca fui assim. Não quero ter medo. Mas muitas vezes só de ouvir a palavra "lésbica", já sinto meu coração bater mais forte como se todos estivessem olhando pra mim. Não quero sentir como se eu tivesse cometido um crime e as pessoas fossem descobrir. Quero sentir que não tenho nada a esconder, que sou feliz do jeito que eu sou. Não quero mais guardar esse segredo. Não quero mais fazer disso um martírio diário. Sinto como se dentro de mim habitasse um grito louco que anseia por liberdade mas que na hora de sair vai se tornando tímido, morrendo num frustrante silêncio. E depois de tantos "quero" e "não quero", contino pensativa, angustiada e perdida.
Eu sei que não existe uma solução mágica, uma receita. Só gostaria de conversar com alguém que me entende, pois é tanta coisa pra falar e ninguém pra ouvir. Espero que pelo menos possam compartilhar comigo como vocês passaram ou passam por "conflitos" como o meu, se você se sentem ou já se sentiram como eu.
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Mensagem  ~Angel~ Qui Dez 18, 2008 8:38 am

Obrigada por nos contar um pouco de você e seus sentimentos. Você, de fato, parece muito comigo quando eu era mais nova, pensa muito parecido.
Eu te entendo muito bem, sei o que você sente. Sou o tipo de pessoa que não suporta se esconder, fingir ser algo que não é, ter a preocupação constante de cuidar as palavras para não dizer alguma coisa que possa me trair, etc., etc. Nunca soube fazer isso. Quando tinha uns 14 ou 15 anos e as minhas amigas perguntavam o que eu queria fazer com a minha vida, se queria me casar, ter filhos, etc. , a resposta que me vinha naturalmente sempre era: quero estudar, estudar muito, saber um monte de coisas e trabalhar, não quero me casar, mas sim quero ter filhos, se me caso algúm dia, vai ser com uma mulher. Eu sempre respondia isso de forma natural, nunca parei para pensar se eu era lésbica ou não era lésbica, só sabia que a idéia de ter um relacionamento com um homem não me agradava, mas como nunca tinha me apaixonado, toda a idéia de um relacionamento era muito abstrata para mim.
Depois, aos 19 anos, me apaixonei e ai complicou o assunto, porque os amigos percebem quando você está apaixonada e perguntam, querem saber e eu nunca consegui mentir, isso não faz parte de mim, esse negócio de ficar trocando os "ela" por "ele" não dá certo comigo, então decidi contar para os amigos, contei na facultade e aos amigos mais íntimos. Adotei a postura (que conservo até hoje) de pensar: se eu conto e a pessoa gosta, maravilha, se a pessoa não gosta, paciência... não posos fazer nada, nem Jesus agradou todo mundo, porque haveria eu de agradar? Eu não posso mudar quem eu sou simplesmente para satisfazer as espectativas dos outros. Se alguém não gosta do fato de eu ser lésbica, que mal, náo posso fazer nada, só sugiro que essa pessoa não venha na minha casa, não se aproxime de mim que eu não vou me aproximar dela. Só de contar para os amigos eu já comecei a me sentir muito melhor, entendi que eu era lésbica mesmo (eu nunca tinha parado para pensar nisso, eu só sabia que não gostava de homens) e fiquei muito mais leve por ter certeza de quem eu era e o que queria para a minha vida.
Com os meus pais o caso foi meio diferente, como eu dependia financeiramente deles, não contei imediatamente, antes disso pensei muito bem o que aconteceria se tivessemos um conflito, o que eu faria, para onde iria, etc., etc. Juntei um pouco de dinheiro, me preparei muito bem para qualquer problema. Esperei uns meses e contei para eles. Obviamente a reação deles não foi das melhores, não foi fácil. Tive que fazer eles entenderem que eu não podia mudar quem eu sou só para satisfazê-los, sempre coloquei a coisa como "ou aceptam a filha que têm do jeito que ela é, ou ficam sem filha". Três meses depois de ter contado eu fui embora de casa, mas tudo deu certo no fim, aprendi a ser independente, a trabalhar para ganhar a vida, terminei os estudos no tempo certo (eu estava na universidade quando contei aos meus pais) e hoje tenho uma relação muito boa com a minha família, os visito sempre que é possível, mas cortei o cordão umbilical que me unia a eles, aprendi que a vida é minha e quem tem que saber o que é bom para mim sou eu, porque os meus pais ja viveram a vida deles, fizeram as suas escolhas e hoje estão colhendo os frutos disso, eu quero o mesmo para mim, quero colher no futuro aquilo que eu plantei e não o que alguém plantou para mim.
Eu não posso te dar conselho, até porque cada caso é um caso, só posso dizer que seja o que for que você fizer, pense muito bem em todas as possíveis consequências disso, e se for contar â sua família, se prepare psicológicamente e financeiramente antes disso, não permita que as coisas aconteçam de surpresa com você e te peguem despreparada.
Desejo do fundo do coração que tudo dê muito certo para você, que passe por esta fase difícil da sua vida da melhor forma possível e que tome as melhores decições para a sua vida.
Abraços!
~Angel~
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Mensagem  lorena Qui Dez 18, 2008 5:21 pm

Olá,

Primeiramente, não se sinta menos especial por ter descoberto dentro de você algo que algumas pessoas preferem esconder, ou fingir não estar acontecendo. Sei que sua vontade é a de não magoar sua família, porém sendo bem realista, creio que a granndeee maioria dos pais, principalmente os da "velha geração", não entendem (e provavelmente não iram entender, ou se conformar) com nossas escolhas.
Acho que temos que respeitar o nosso próprio tempo. Principalmente neste caso. Quando "me assumi" para minha mãe foi um momento crucial à mim, pois estava saindo de casa para morar com minha mulher (a quem amo muito, diga-se de passagem... I love you ),então estava saindo para uma nova vida, com que amo, e não queríamos apresentá-la apenas como uma amiga, ou algo similar. Foi algo difícil, principalmente por ter que encarar as lágrimas de alguém que amo muito, mas foi algo que hoje é muito recompensador, pois recebemos minha mãe aqui em casa, fazemos programas familiares e tudo mais. Claro que ela, no fundo, não se conformará com minha escolha, mas tento mostrar à ela que independentemente de minha escolha somos uma família "normal" e muito feliz!

cheers cheers cheers cheers

Bjos,

lol!
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Mensagem  Livia Dom Dez 28, 2008 3:02 am

Olá meninas, cá estou eu novamente! E dessa vez trago novidades! Primeiramente gostaria de pedir desculpas por ter sumido e também agradecer por compartilharem as suas histórias comigo! Mas então vamos logo aos novos acontecimentos: depois de ter feito o meu "desabafo" aqui no GT, passei uns bons dias no dilema "conto ou não conto". A ansiedade começou a aumentar e cada vez que a minha mãe chegava perto de mim eu cogitava a hipótese de falar de uma vez por todas. Comecei a ensaiar o que eu diria e o que faria dependendo da reação dela.. Ah como eu queria contar! Sentia aquilo entalado na garganta como um nó! Faltava só um empurrãozinho de coragem pra poder finalmente me livrar de toda aquela agonia! Apesar de passar a noite em claro, acordei decidida! Me olhei no espelho e disse: "é hoje livia!". Me sentia no limite, precisava botar pra fora. Ela estava assistindo ao "Caldeirão do Hulk". Fui me aproximando e como não sabia como começar a conversa, tentei fazer cara de triste pra ela poder perguntar "tudo bem minha filha?", "aconteceu alguma coisa?" ou qualquer outro questionamente típico de preocupação que sempre tive vontade de responder.E não é que ela perguntou?! Infelizmente minha resposta é que decepcionou: um ligeiro "nãão, tudo bem" saiu de imediato. Era como se eu não conseguisse gesticular o que a minha mente queria tanto dizer. A mente pensa uma coisa e a boca diz outra! Mas eu não tinha desistido ainda! Só que em meio à essa confusão, entrei em colapso, sentia tanto medo que não pude me conter! Comecei a chorar, um choro de angustia e desespero! Ela estava logo ali, porque tinha de ser tão difícil?! Ela ficou confusa à principio, não disse nada, só fazia carinho na minha cabeça, pacientemente. Eu não olhava no rosto dela. Sentia um pouco de vergonha pelo drama. Mas quando finalmemte a encarei nos olhos ela me perguntou "quer me contar algo?". Acho que ela sabia. Talvez não do que se tratava, mas sabia que era algo importante. Eu nunca choro na frente de ninguém, ela me conhece. E na verdade, eu queria ouvir essa pergunta, tornaria tudo mais fácil. Na hora só consegui dizer "você não vai entender mãe!". Ela disse que não importava o que fosse, que não iria me julgar. "Eu sou sua mãe" ela disse. Então me sentei na cama (estava deitada até então) olhando fixo pra frente. Ainda não conseguia encarar ela nos olhos. Depois de alguns minutos de completo silêncio, sentia a minha boca se mexer pra dizer algo, mas logo se fechava. Isso até o momento em que repentinamente me correu um veloz impulso, ao som de fortes batimentos cardíacos, com a mensagem: "EU SOU LÉSBICA MÃE!". Era isso!! Eu havia contado! Foi uma mistura de alívio e adrenalina ao mesmo tempo! Não me contive novamente e comecei a chorar com a mão no rosto. Eu sentia vergonha da minha atitude. Felizmente a reação dela foi de completa naturalidade! Ela não me deixou em silêncio, não fez cara de surpresa e muito menos se mostrou horrorizada. Ela perguntou pq eu chorava! Nem eu sabia. Ou melhor, até sabia.. Me preparava para uma reação pior, afinal, tinha medo de que me odiasse! Perguntou a quanto tempo eu queria contar isso. Meu Deus, fazia anos! Perguntou como me descobri, do que tinha medo, se eu gostava de ser assim.. Ela disse que já havia percebido algumas coisas, mas que estava esperando eu contar! No final me senti idiota por não ter contado antes, mas percebi que tudo ocorreu na hora certa! Não podia ter sido melhor! (talvez menos drama da minha parte, mas sou assim Razz ). Foi como extravasar em segundos, anos de medo, dúvidas, angústia, lágrimas e receio comprimidos... O nó da garganta desatou e pude finalmente respirar em paz!
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Mensagem  lorena Dom Dez 28, 2008 8:15 pm

Meus parabéns Lívia!

cheers cheers cheers

Você conseguiu fazer o que muitas não tem coragem! rs...
Nunca li um post com tanta aflição na minha vida... nem livros me deixaram tão ansiosa!! rs...
Você deveria ser escritora, diga-se de passagem...
Fico muito feliz por você, por sua coragem, e principalmente por ter descoberto que "sair do armário", às vezes, não é um bicho de 7 cabeças... rs...
É sempre bom termos a "compreensão" das pessoas que amamos em um momento importante de nossas vidas...
Por fim, respire aliviada, e que em 2009 você tire a corda do pescoço e seja muito feliz!!!

Bjos,

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Mensagem  ~Angel~ Qua Jan 07, 2009 5:24 pm

Meus parabéns, Lívia!!! Nossa, que coragem, hein! Você é muito corajosa, fico muito feliz por tudo ter dado certo. Eu sempre digo que mãe no fundo, no fundo, sabe essas coisas, só finge que não vê. Mas fico muito feliz de que não tenha havido maiores dramas, agora você pode continuar a sua vida sem essa angustia que estava te matando.
Abraços e tudo de bom para você!
~Angel~
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Mensagem  Livia Sáb Jan 10, 2009 10:59 pm

Obrigada por responderem meninas!! Fico feliz só por voces terem lido, quando aconteceu fiquei louca pra contar o meu grande feito, aí corri pra cá! heauhe Quanto a ser escritora.. bem não é algo que eu faça por prazer, é até um pouco triste, mas justamente por não ter com quem conversar e muitas das vezes me sentir sozinha, que recorro à escrita. É a minha válvula de escape.
E no final tudo saiu diferente do que eu imaginava! A minha atitude, a reação dela.. Eu tinha na minha cabeça um roteiro pronto, com as minhas falas e a recíproca dela. Mas acabei não falando nada do que pretendia. Acabei chorando mais do que eu queria. Mas sei que foi natural e espontâneo e não me arrependo de nada. Fico é muita orgulhosa de mim mesma! Só que apesar de estar bem aliviada ainda tem um problema: Meu pai não sabe!! (falei pra minha mãe não contar pra ele) E essa vai ser a pior parte. Ele é militar, mente fechada e não temos um bom relacionamento. Acho que nunca tivemos uma conversa de verdade. Não é algo que esteja me incomodando no momento, mas sinto como uma "meia missão" cumprida. Digamos que estou com metade do corpo pra fora do armário! heauhe
Mas acho que não vou contar pra ele por enquanto. Não sinto a mesma necessidade de fazer isso, como tive antes. Eu realmente não me importo se ele vai gostar ou não, ele nunca se interessou por nada mesmo.. o problema é que eu sei que ele não vai ser compreensivo como a minha mãe e isso vai atrapalhar o convívio familiar. E não quero passar outro ano infeliz. Vou deixar rolar!
Ah, estava pensando.. depois do dia que contei pra minha mãe, ela nunca mais tocou no assunto, nem me perguntou nada. Não que eu esteja achando ruim, mas vejo duas opções surgirem: ela está tentando agir com naturalidade ou talvez ela não tenha me levado a sério, achando que é uma fase. Podem me chamar de neurótica agora!! Rolling Eyes Não tô querendo criar drama, mas fiquei com essa dúvida. O que vocês acham?
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Mensagem  ~Angel~ Seg Jan 19, 2009 11:10 am

Oi, Lívia!
Só agora tive tempo para responder a sua mensagem. Bom, eu não conheço a sua mãe, então não posso opinar do comportamento dela, mas posso te dizer que a minha mãe e a mãe de várias amigas minhas tiveram uma reação similar ao que você descreveu. Ou seja, a minha mãe também reagiu bastante bem quando eu contei que era lésbica, não fez drama nem nada. Com o passar do tempo se acostumou muito bem à idéia, porém, nunca fala sobre o assunto, nestes 10 anos que já se passaram nunca a minha mãe tem tocado no tema. A mesma coisa acontece com várias amigas e amigos meus.
Eu vejo isso como uma de se preservar, uma forma de “aceitar” que se tem um filho homossexual, mas sem “abraçar” o fato, sem tratar esse filho exatamente como o trataria se fosse heterossexual. Não, sei, essa é a visão que eu tenho da minha mãe, não é que ela goste menos de mim que dos meus irmãos (pelo contrário, acho que até gosta mais) é simplesmente que ela não está preparada para lidar com o tema da minha homossexualidade, então o que faz? Ignora o fato. Faz o mesmo que faria se não soubesse, com a diferença de que se não soubesse andaria por ai perguntando se já não arrumei namorado, etc. , etc. coisa que ela não faz porque sabe que a resposta vai ser malcriada.
Como disse antes, não conheço a sua mãe, cada pessoa é uma pessoa, as formas de reagir e se comportar são diferentes, mas vários amigos meus vivem nessa situação de suas mães saberem que sãos gays, mas simplesmente ignorar o fato.
Talvez você deveria tocar no assunto aos pouquinhos e ver o que acontece, se você sentir necessidade disso.
~Angel~
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Mensagem  criss Qua Jan 28, 2009 12:12 am

lorena escreveu:Meus parabéns Lívia!

cheers cheers cheers

Você conseguiu fazer o que muitas não tem coragem! rs...
Nunca li um post com tanta aflição na minha vida... nem livros me deixaram tão ansiosa!! rs...
Você deveria ser escritora, diga-se de passagem...
Fico muito feliz por você, por sua coragem, e principalmente por ter descoberto que "sair do armário", às vezes, não é um bicho de 7 cabeças... rs...
É sempre bom termos a "compreensão" das pessoas que amamos em um momento importante de nossas vidas...
Por fim, respire aliviada, e que em 2009 você tire a corda do pescoço e seja muito feliz!!!

Bjos,

lol!


Faço dessas minhas palavras rs... tbm acompanhei ao lado da Ló toda a tua história e olha foi melhor que muito final de novela, fiquei orgulhosa de você é muito gratificante saber que tem pessoas tão jovens já enfrentando com tanta coragem a vida.
É um maravilhoso exemplo, e espero que o tempo certo para cada uma chegue, pois nada é melhor que poder ser quem é, nem que
seja para uma única pessoa no mundo.

Parabens garota, estou feliz por vc !!!


E não suma não ta dê notícicas !!!!


Bj cheers cheers cheers
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Mensagem  Danis Dom Jun 20, 2010 3:22 pm

Sinceramente eu gostei o que você escreveu.
Responderei mesmo sendo tarde demais (3 anos depois).. rs
Porém sempre tem alguém lendo.
-

Olha, sei como é isso. Até então sentia a mesma coisa. Estou conseguindo me entender agora. Ainda sou nova, tenho 16 anos.. Sei que sinto atração por garotas desde pequena porém nunca quis isso. Escondi de mim mesma até.. chorei, tentei nao ser..Nunca quis mesmo. Este ano que estou assumindo.
Acredito que estou chegando a uma conclusão.
Pelo menos para mim: É melhor assumir para si mesmo que é para depois assumir para um outro alguém. ( isso é até um fato, só que auto assumir ao mesmo tempo passa despercebido, "será mesmo que vc se assumiu?" )
Fiquei com uma garota e perdi o bv qndo tinha 9 anos, por brincadeira.. mas pra mim era normal pois bem antes disso ja desconfiava ainda de algo.
Primeiro tive 'fakes' com uns 14 anos ( perfis falsos no orkut em meio de brincadeiras ) com que eu trocava ideias com outras garotas.. Demorou um pouco ou nem tanto. Acho que uns 4 meses. Queria saber quem era o 'eu assumida' conhecer mais.
Final do ano passado, quando consegui realmente aceitar o que eu quero, me senti aliviada.. até então NINGUÉM sabia mto menos desconfiava.. No final do ano passado um amigo meu ( conheço apenas por internet ) assumiu ser bissexual. Digamos que eu fiquei meio passada, afinal, nossas conversas nunca alarmaram nada de bufunfas de nada.
Foi a partir dai que falei para ele que sentia atração por garotas tbm.. Ele pareceu (pelo menos na escrita) apenas supreso, nada mais.
Um tempo depois pensei: "Por que não assumir para mais alguns?"
Foi o que eu fiz.
Detalhe: sempre fui uma garota timida, que tinha medo de demonstrar coisas.
Mesmo assim continuei. Comecei a participar do Leskut, entrar em comunidades. Coloquei em meu perfil do orkut "bissexual" ( pois tbm sinto atraçao por garotos tbm.. mas apenas um 'rostinho bonitinho', mais nada. Ainda estou pensando mais sobre o que sinto. Enfim ), nessa epoca, recentemente recebi muitas visitas de conhecidos. Sabia que era por causa da minha opçao sexual no orkut. Gostei! Porque do mesmo modo que sou timida e não tenho corajem de falar, deixei algumas pistas..
Até que meu pai, não sei como, vê meu perfil do orkut. Claro, ele não gostaria que sua 'filinha bonitinha do papai' fosse lesbica..
Minha mãe que me contou Eu estava de manhã, no colégio. E a atitude do meu pai foi: " Ah não! Não acredito que minha filha é! " apoiando sua mão no peito.
Dai minha mae pergunta o que era, e ele diz que no meu perfil está como bi. Diz tbm que agora vou ficar 'machão' ( sempre eu que fui a filinha do papai, toda cor de rosa ). Minha mãe fala " calma, ela pode ser, mas nem todas são assim, tem as mais femininas tbm.. se ela for deve ser essas.. Calma.."
Ela me contou isso mais tarde qndo cheguei na escola, eu estava dentro do carro ouvindo musica.
" Vai me dizer que agora você virou.. bi ?" ( ela fala meio sorrindo/rindo )
eu assustada, respondo "eu?" como se não soubesse de nada. "aham, esta no perfll do seu orkut la.."
dai eu tento pensar rapido e respondo " AAAAAH, nãao ahah, aquilo é do meu ex... lembra que uma vez eu te contei que ele me trocou por uma lesbica? (até ai era verdade) agora parece que ele quer voltar.. começou falando dela, dai mal de quem tinha essa opçao.. de saco cheio inventei que era pra ver ele pior " Então ela me conta aquela historia de manhã.. e eu tendo tar umas risadas..
Entao meu pai entra no carro e ela fala pra que nao sou.. Ele responde sem graça "aah " (manobrando o carro ). Dai minha mae sai para fechar o portao e ele me diz: "olha, você pode ser o que quiser. Vou ser sempre seu pai. E gostar do jeito que vc for." e umas coisas assim.. Respondendo "tudo bem, mas eu nao sou ahahah" Fiquei um pouco mais aliviada de saber que meus pais me aceitam.
Só que é verdade. Vc tem que se sentir preparada.
No meu caso, em relação com meus pais não estava. Só senti o alivio de que como estivesse mesmo assumindo.. ( um videogame na vida real, assim que eu me senti. Sentindo um 'risco' ) Agora eu nao sei se eles desconfiam, mas não ligo, pois sei que um dia vou assumir, só que quando assumir acredito que não será uma coisa, digamos, assim do nada.. se é que me entendem.

Enquanto isso já assumi para alguns amigos que tenho coragem.. outro que não tenho levo minha opçao por meio de brincadeira.. falam pra mim na brincadeira " vc é bi rairairariara albino " pelo menos com o pessoal da minha idade, ainda dá pra leva na brincadeira e aos poucos verem que no que eles sempre estavam falando nao era brincadeira.. é aos poucos, sabe? na minha forma. Ah! mas a brincadeira só para alguns amigos, aqueles que nao sao de zoar nem nada.. cada um vejo da forma mais facil de assumir.


Então para eu assumir para os outros está sendo assim

- Assumir primeiro com os amigos gays, amigas lesbicas..
- Assumir com quem vc tem certeza que não levará um 'choque' e de confiança
- Levo meio na brincadeira esse negocio, que ao mesmo tempo não é ( como se fosse uma capa ) ainda nao sei mt bem como explicar isso..
- depois que consigo me sentir um 'degrau' mais confiante conto para outros amigos, que tenho mais afinidade
- alguém da familia, pelo menos 1 pessoa: no meu caso minha prima, dou umas indiretas, tanto que ela ta gostando desse negocio de gls, no caso dela mais simpatizante -acho - ( Ela tem 13 anos com pensamento de 16 ahah )
- Assumir com cada pessoa do modo que vc acha mais apropriado.
- algumas dicas, como as 'identificaçoes', ou até mesmo comunidades, etc
E quem souber soube, nao vai ter mais volta! ahah (:

Até então já fiz isso e deu certo.
O unico agora que falta, ou meio falta são com meus pais..
só que vai ser assim, aquilo de qndo vc se sentir confiante.. Deixarei com o tempo.. da proxima vez que algo ficar evidente, deixarei como está.
Tudo aos poucos, com as 'dicas'...



Bom, acho que escrevi mais um pouco da minha historia né? ahah, mas espero que dentro dela eu tenha ajudado em algo, para alguém.

Beijos!

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